As dúvidas sociais sobre o modelo de empreendedorismo que se está a criar, são para todos. Já as oportunidades que estão a ser dadas, não. A percepção do foco e a dimensão de um problema, com futuro. A Geração Startup também tem fillhos e questiona-se como criar a alteração sustentável nesta nova equação.
Fotografia Lais Pereira
E socialmente o que é que significa para o Nuno? Na altura da escolha da candidatura, estão a escolher um negócio, ou estão também preocupados se aquele projeto é bom para a sociedade no caso de vingar?
O que nós estamos sempre a analisar são negócios, por isso o que nós analisamos mais são as pessoas, uma má ideia bem executada tem uma maior probabilidade de sucesso do que uma excelente ideia mal executada. Isso é o que acontece muitas vezes. Até são boas ideias, mas são mal executadas. As pessoas ou não deviam ser empreendedoras ou então não têm capacidade, não têm disponibilidade, seja o que for. Depois há a sorte, há timings… se entramos muito cedo, corremos o risco de passarmos completamente ao lado e estamos no início a educar o mercado e depois alguém entra e cria uma empresa em cima disso. Outras vezes entramos tarde demais e já passou. Por isso a execução é fundamental.
Acima de tudo nós olhamos principalmente para as pessoas e depois tentamos compreender a ideia e hoje em dia há uma pressão enorme para encontrar ideias novas, oportunidades, problemas, quando na realidade no nosso dia-a-dia o que não faltam são oportunidades e problemas que existem e precisam ser resolvidos. Não estamos a reinventar nada, mas também não é preciso.
É preciso olhar para uma oportunidade suficientemente grande ou para um mercado que seja suficientemente grande para depois a avançar.
Para quem me conhece sabe que eu estou sempre a falar nisto das PMEs. Como é que nós conseguimos aplicar? E o que nós estamos a tentar perceber é: “Como é que nós conseguimos ir buscar o melhor destes programas de aceleração e aplica-los às PMEs?” Para todos os efeitos estamos a falar de fundadores que sobreviveram os últimos 6 anos de crise, por isso não há maior validação de pessoas determinadas, estas pessoas já passaram por tudo e continuam juntas. Por isso é seguro dizer que aquelas pessoas andando para a frente com um bocadinho mais de sucesso vão ser as pessoas certas. Os produtos também já estão no mercado e muitas vezes conseguimos acelerá-los, melhora-los e por isso penso que há uma ajuda que podemos dar.
Fotografia Lais Pereira
Uma startup por definição é uma empresa no seu início, mas não é uma ideia de um grupo de amigos que só vai vingar se houver um investidor. Vai chegar a um ponto em que as empresas já têm corpo para operar. Silicon Valley adotou isso para os investidores. São empresas na área de tecnologia que estão prontas para expandir exponencialmente. Por isso é mais do interesse dos investidores e para os poucos que conseguem vingar e jogar até chegar a um ponto de as empresas serem avaliadas em milhões ou até em biliões.
No entanto há muita confusão e isso é problemático para nós, porque na nossa economia só falamos sobre startups. Eu sou um empreendedor e tenho negócios na restauração, sinto-me um bocadinho indiferente a isso, mas sinto que para alguém que esteja puramente na restauração deve estar a pensar “mas o que é que se passa aqui? Nós damos emprego, nós pagamos impostos, e ninguém fala de nós, estamos a ser ignorados.”
Mas nas empresas de Tecnologia também, porque vêem as Startups com uma projeção que as empresas que existem há mais anos nunca tiveram, nem têm.
O empreendedorismo passou a ser Startups.
As PMEs são 96% das empresas em Portugal por isso, penso que estamos a perder uma oportunidade de integrar e de aprender, de contaminar o verdadeiro empreendedorismo todo, quando narealidade as Startups têm uma percentagem muito, muito pequena (1 a 2%).
E existe uma preocupação com tudo o que está a ser enviado para o mercado como solução? Este é um tema que realmente me interessa.
Eu estive na Alemanha a fazer uma apresentação numa das melhores empresas de automóveis, estavam lá investidores, venture capitalists, todos a fazerem apresentações e a mim pediram-me para ir porque viram uma apresentação minha em que falo sobre o desafio do desemprego nos jovens, no facto de a tecnologia destruir emprego, não cria emprego contrariamente ao que ouvimos dizer. Que estamos há algum tempo com este problema enorme que é o hedge gap, menos de 1% do total são pessoas que têm demasiado dinheiro e demasiada importância.
Eu fiz a apresentação e fiquei um bocadinho preocupado, porque enquanto nas outras apresentações eram colocadas questões e havia muita interação, até porque era uma apresentação em workgroup, durante a minha apresentação ficaram calados e depois no fim ninguém colocou nenhuma pergunta e eu pensei, “bem isto foi completamente ao lado”. Ficámos lá e tínhamos um jantar e um a um, cada uma das pessoas do grupo veio falar comigo quase que em privado a dizer que nunca tinham ouvido uma apresentação deste tipo e tinham ficado tocados. Na realidade muitos partilham isso e como pais, e como pai de 3 filhas isso também me preocupa.
Sim, acho que devíamos estar à procura de meaning, mas na verdade não o fazemos porque há uma pressão enorme para um retorno e nunca ninguém foi falar com um investidor dizendo-lhe que a ideia podia não fazer dinheiro, mas que teria um grande valor social.
Isso não quer dizer que num futuro muito próximo não comecem a surgir com projetos, no entanto não podemos ser naives, não podemos criar um projeto só de natureza social, nós temos de levar a sociedade a criar projetos que façam sentido, em que as pessoas ganhem dinheiro (porque é preciso) mas também não demasiado dinheiro. Quando falamos com um capital investidor nós perguntamos: “Quando é que é too much?” 1 Bilião? Porque é que eu tenho de ser bilionário? Não faz sentido absolutamente nenhum e muito menos estar a promover isso.
A verdade é que nós tentamos incutir nos founders que eles sejam boas pessoas e bons profissionais e por isso explicar-lhes, fazer esta conversa que é diferente, que é disruptiva tem um custo associado.
Não devemos celebrar o fracasso. Uma coisa é aprendermos, e não se aprende só com o fracasso. Mas esta tendência agora, de conferencias de failures, em que as pessoas vão lá e falam que falharam completamente e que perderam … estando a minimizar completamente o impacto que isso teve. Quantos fornecedores é que deixaram de receber? Quantas pessoas foram para a rua? Quantas ficaram com a vida destruída? Por isso acho que devemos promover uma conversa um bocadinho mais saudável e isso já está a acontecer. Já existem muitas pessoas a dizer “não”, que basta e nós temos que caminhar para isso, temos de caminhar para uma coisa mais construída, mais responsável porque é o que vai ter sucesso no futuro.
Leva as Startups muito a sério. Lembra permanentemente que tudo depende da execução. Acredita que este mundo do empreendedorismo nem é cor-de-rosa, nem é para todos. Tem os pés bem assentes na terra. Gosta das PMEs. Preocupa-se com o tecido empresarial, a falta de emprego no futuro e o hedge Gap. Diz muitos estrangeirismos. Gosta de tornar os founders conscientes do processo que têm em mãos. Não comemora insucessos. Nuno Machado Lopes é o Managing Director doLisbon Challenge.
Fotografia Lais Pereira
Nuno, porque é que o Lisbon Challenge é um programa de aceleração de excelência?
Primeiro, devido ao perfil das pessoas que estão à frente. Eu sou empreendedor já há duas décadas e a Isabel Salgueiro que está à frente do programa tem uma vasta experiência com startups, por isso nós trazemos este misto de Silicon Valley com neorrealismo que tem a ver não só com o criar empresas neste meio, que muitas vezes têm um foco no investimento, mas também para empreendedores que queiram criar empresas sustentáveis e não queiram seguir o caminho do investimento.
Acontece que às vezes a meio do programa começamos a perceber que existem uma ou duas pessoas que querem criar uma empresa sustentável, que o investimento não é necessariamente uma prioridade ou necessidade.
Depois quando redesenhámos o programa deste ano, olhámos para vários fatores e um deles é o porquê de tantas startups falharem e verificamos que havia várias razões. Uma dessas grandes razões era a falta de alinhamento entre os founders, e por isso introduzimos no programa uma parte mais de social skills, soft skills e de trabalhar o lado mais pessoal.
Ter conversas com eles que não é normal ter, aprofundar muito mais a relação. E por isso estruturamos o programa à volta de algumas bases e essa é uma delas. Trabalhamos intensamente com os founders. Este é um programa com um formato, está organizado de uma certa forma, mas ao mesmo tempo tem uma enorme flexibilidade porque as startups começam a evoluir e estão em fases diferentes e por isso é importante podermos trabalhar com elas one on one para lhes dar o maior suporte possível.
Fotografia Lais Pereira
O que trás de novo esta edição que está a decorrer?
O que fizemos foi: desconstruir o programa e todas as peças e depois reconstruir começando logo com a premissa founders-centered, centrados no fundador e isso não é tanto uma coisa de marketing, mas mais uma regra interna para nós, para nos lembrarmos sempre que tomamos uma decisão, alteramos alguma coisa no programa questionar se traz valor acrescido para os founders.
Desta maneira , acabámos por reconstruir um programa mais clean, com menos pessoas envolvidas, mas mais intenso. Quisemos manter o foco “como é que isto traz mais valor aos founders, e como é que conseguimos tirar o máximo de cada um?” Passa muito por manter as forcing functions, ou seja, manter as energias em alta e mante-los focados.
Para isso temos objetivos e pedimos-lhes que todas as segundas-feiras de manhã nos digam os objetivos da semana e às sextas-feiras estamos a analisar o trajeto. Isso obriga-os a pensar constantemente nestes 3 meses, em cada fase do programa. Queremos que percebam porque é que no dia-a-dia nós conseguimos evoluir ou ficamos estagnados, se não temos essa pressão todos entram no programa, em todos os programas com enorme energia, mas ao longo do tempo a energia vai desaparecendo. Sabemos que isso é um desafio e por isso também nos ficamos nesse tema.
Como tem sido participar tão ativamente na geração do ecossistema de Startups em Portugal?
Eu não estou com a Beta-i desde o início, nem de perto, e por isso acompanhei do outro lado da barreira essa evolução. Na verdade, nestas coisas é sempre difícil esquecer os pioneiros, aquelas pessoas que quando não existe nada lutam por algo. Obviamente pesquisaram internacionalmente e nós também nos mantemos atentos ao que se passa lá fora, a adaptar; mas nem sempre são áreas ou temas relevantes para nós nem para cá. . Eles tiveram essa visão e continuam a persegui-la. O que se passou no início da Beta-i é um pouco o que fazemos com os founders, eles explicam a sua ideia e nós temos de entender de que lado estão da ilusão, se estão completamente loucos, perderam a cabeça e estão a inventar a próxima coisa que nunca vai acontecer ou se na verdade há ali algo, se conseguiram ver uma tendência, se há ali uma oportunidade e como é que nós os podemos ajudar. Eu estou com a Beta-i, intensamente, só há 2 anos. Primeiro na área de marketing e depois passei para o Lisbon Challenge. Mas esta relação já vem de trás, há 3 ou 4 anos a fazer mentoring no Lisbon Challenge.
O blog Apps para que te quero foi criado para falar de Apps. Para dar a conhecer aplicações móveis que utilizo e que merecem destaque. Foi este o espirito com que o criei.
Eu preciso sempre de perceber o que está por trás do que se apresenta. O mesmo aconteceu com as Apps. Sendo coerente comigo mesma fui atrás de perceber quem estava a fazer acontecer. Eu tive o ímpeto de conhecer, entrei em contacto a verdade é que me deram todas as oportunidades e eu consegui ter a energia para aproveitar todos os pretextos.
Daí a cair no mundo das Startups, esse mundo até ao momento desconhecido, foi um passo. Não por ser uma moda, mas porque veio ao encontro daquilo que estava a fazer.
Este início deu-me muitas possibilidades, mas também é verdade que este nome já me limita. Gosto pouco de me ver limitada e sou incapaz de não correr atrás do que me está a dar gozo fazer, por isso mudo de morada, mas com a bagagem que construí em conjunto com quem colaborei e cresci neste percurso, agradecendo a todos os que me receberam, às fotógrafas que me acompanharam, às empresas que me facultaram equipamentos e aqui um obrigado muito especial à ASUS Portugal por me ter acarinhado desde muito cedo e sobretudo às Startups que me receberam e que comigo conversaram e responderam a tudo o que questionei. Aprendi bastante!
O meu novo blog, que contem todos os posts deste blog, chama-se StartApps. Mora mesmo aqui ao lado e todas as redes onde estou presente com o blog passam a ter esta nominação.
Como já escrevi aqui, o Web Summit serve para várias coisas, para mim a principal é a de nos colocarmos em causa e quando nos vemos ao explicar a um estrangeiro que temos um blog sobre Apps, que na verdade também já não é só de Apps e que se chama “Apps para que te quero”, percebemos que não se está a comunicar bem o que estamos a fazer e passa a ser claro que temos de mudar.
Sim, vou continuar a falar de Apps, sim vou falar sobre startups, programas aceleradores, dispositivos móveis, eventos e acredito que ainda mais virá. Espero que se mantenham por cá, por isso, Até Já!
O Web Summit foi o contexto ideal para conhecer a equipa da App Cuckuu. Já tinha descarregado a aplicação e já tinha criado o meu utilizador. Uma nova rede colaborativa centrada em eventos ou despertares. O que pode levar à sua utilização? Era esta a conversa que queria ter com o João Jesus CEO da Cuckuu.
Fotografia Andreia Trindade
João, porque é que uma pessoa vai utilizar o Cuckuu?
Eu acho que o Cuckuu é a aplicação perfeita para toda a gente. Todos nós temos horários, todos nós temos obrigações e o cuckuu basicamente o que faz é transformar aquele alarme super chato de que ninguém gosta, numa coisa gira e social.
Acho que é essa a razão principal.
Nós queremos não nos esquecer das coisas, queremos estar em contacto com a nossa rede, mas queremos que seja engraçado e que esteja integrado numa comunidade que está ali, que é real e que na hora que precisamos dela possamos sentir que ali está. E é exatamente isso que o cuckuu faz. Permite que nós consigamos criar um alarme tão simples como o acordar, que todos nós fazemos, mas também podemos criar um alarme para ir ao ginásio, uma coisa que para mim por exemplo é super difícil. Chega aquela hora e arranjo sempre desculpas, mas se nós tivermos um alarme, um alarme que envolve outras pessoas, amigos, uma comunidade e que lá estamos todos a motivar-nos uns aos outros para irmos fazer o que tem de ser feito, é muito mais poderoso do que um simples alarme que toca no telefone e nos chateia, que nós desligamos e deixamos para mais tarde.
Fotografia Andreia Trindade
E como é que se utiliza? Uma pessoa instala a App cuckuu e depois?
Nós temos dois tipos de pessoas a utilizar. As pessoas que gostam de criar que são os content creaters que gostam de criar, de comunicar de puxar para a ação como temos no youtube e temos aquelas que simplesmente querem fazer parte da comunidade e que querem seguir.
Qualquer pessoa que queira utilizar o que tem de fazer é o download da App que é completamente gratuita e aí vai encontrar o suporte disponível para Android e iOS, também na Apple watch. Fazemos download em qualquer das Apps stores, a primeira coisa que aparece é para fazer um login. Podem fazer login pelo facebook que é o mais fácil e automaticamente quem entra dentro da App nós recomendamos os amigos a quem já estamos ligados via facebook, a partir do momento que estamos lá dentro é muito fácil:
Para os criadores de conteúdo, selecionam a opção de criar um alarme, escolhem o dia e a hora, escolhem o nome para o alarme e depois podem expor o conteúdo, desde fotos, vídeos, link para um blog, link para uma página, podemos gravar automaticamente no telefone. Todos os suportes que queiram utilizar pensamos que estão disponíveis;
Para quem queira fazer parte, é muito fácil, temos um botão de explore, onde as pessoas podem explorar todos os cuckuus que existem e caso estejam interessados podem juntar-se, basta carregar num botão. A pessoa chega ao alarme, por exemplo o das 8:00h da manhã para acordar e vai encontrar vários alarmes lá do mesmo género. Desde os Alarmes da MTV, que têm conteúdos do breackfast club, até outras pessoas da comunidade que querem fazer alguma partilha e nós clicando num botão muito simples como temos nos alarmes do nosso telefone juntamo-nos ao alarme. Naquele dia, naquela hora, o alarme selecionado dispara e temos a noção que estamos a partilhar um momento numa rede. Pode ser um momento bem mais divertido.
Qual é o público alvo desta aplicação?
Nós achamos que é uma aplicação que tem utilidade para quase toda a gente, mas neste momento estamo-nos a focar na geração mais jovem, porque também é a geração que tem mais tempo para estar a partilhar todas as coisas em sociedade, dentro de um grupo. Focamo-nos na faixa etária entre os 13 e os 18 anos, mas temos marcas como o ginásio Fitness Hut, agora vamos ter o Benfica e aí começa a haver interesse para um público mais crescido.
A Faixa do foco por natureza gosta de partilhar o seu dia a dia, a sua rotina, fazer parte de um grupo de amigos e é por isso que nos estamos a focar mais.
Fotografia Andreia Trindade
Neste momento quantas pessoas estão já em rede a utilizar a App?
Neste momento já houve perto de 45.000 downloads da App, temos cerca de 35.000 utilizadores. O tem acontecido e que nos tem surpreendido é que a utilização vai muito para além de um alarme ao acordar, as pessoas em média, estão a usar alarmes mais de 7 vezes ao dia, ou seja, já começam a criar alarmes para muita coisa.
Temos um grupo de mulheres que cria alarmes para tomar a pilula, temos um grupo de pessoas que metem alarmes para irem passear o cão. Enfim… As coisas já começam a ser das mais variadas. Temos muitos blogs e youtubers que usam aquilo quando estão a libertar posts ou vídeos nos canais, então já começa a haver uma diversidade grande da utilização.
Qual é o modelo de negócio da Cuckuu? Como é que rentabilizam este produto?
Neste momento ainda estamos focados em crescimento, ainda não estamos a monitorizar nada, vamos no futuro à base de publicidade que nunca vai ser evasiva, que aparece na parte final dos alarmes, quando estamos a ver os pontos que temos. O Cuckuu acaba por ser um jogo porque nós damos pontos às pessoas que são mais rápidas a abrir o alarme e no fim vai haver um anúncio de publicidade. Vamos também ter alguns conteúdos exclusivos que a pessoa pode ter um membership, seguir uma pessoa e ter ali conteúdos exclusivos e a pessoa paga um pequeno valor, mas o nosso principio é que a App seja sempre gratuita. Neste momento como falamos ainda não estamos nesta fase, estamos na fase de crescimento com investimento e o objetivo é estender a rede o máximo possível.
Porque é que se têm tornado uma das Startups mais mediáticas, em torno do Web Summit?
Eu acho que há vantagens e desvantagens de todo o nosso percurso. Já tivemos muitas desvantagens por não termos feito o percurso tecnológico e por não sermos developers. A equipa vem toda da área da publicidade, fotografia, blogging e se há alguma coisa que nos destaca e que sabemos fazer bem é passar a mensagem.
Somos ativos nas redes sociais, aparecemos, fazemos parte da comunidade. Nós acreditamos no karma, acreditamos que devemos ter uma boa relação com as outras startups e tentamos ajudar ao máximo. Isso tem feito com que quando falem da comunidade de startups falem de nós.
Tentamos estar presentes, não só por estar mas estar presentes com um intuito por alguma razão e acho que tem funcionado bem a forma como temos tentado crescer. Não é crescer muito rapidamente, temos tentado crescer com uma base e então temos estado com muitos bloggers muitos youtubers, criadores de conteúdos e isso tem ajudado também a estarmos mais mediáticos.
Quais são as Apps de referência para a Cuckuu?
Spotity, adoramos e inspiramo-nos muito no design da spotify, achamos que é muito clean.
Gostamos muita da utilidade do snapchat e achamos mesmo que para o nosso público alvo, tem muito a ver e é muito relevante.
Gostamos muito do Vine, que sabemos que vai acabar e estamos super tristes.
Mas são Apps que nós gostamos muito da maneira como funcionam e da forma como criaram uma comunidade.
Há também uma App que muitas pessoas gozam e que quando dizemos que temos no nosso smartphone para research as pessoas dizem, sim sim “deve ser mesmo só para investigação”, que é o Tinder.
Consideramos que o Tinder é uma App muito engraçada, a forma como se cria a comunidade, a forma como faz com que as pessoas interajam, a maneira como tem estado a evoluir e a começar a fazer dinheiro, tudo isso nos inspira.
Fotografia Andreia Trindade
Eu já criei o meu perfil e já comecei a estar presente na App Cuckuu e vocês?
Bem sei que o conceito não é português, que estamos a importar todo o conceito, mas se é para manter as prendas no Natal, ajuda um bocado haver assim um dia de descontos em alta.
Ora bem, eu espero que este ano o assunto seja bem tratado, porque se é para fazer que seja em condições e o ano passado houve campanhas que podiam ser numa outra altura qualquer. A Black-friday é esta sexta-feira, dia 25 de Novembro, e é supostamente um dia em que vale mesmo a pena fazer as compras de Natal, com mega descontões. O ano passado ocorreram algumas mega campanhas e as outras... cujo o grande desconto era fazer as entregas gratuitas!!! (Se é para isso, que também é bom, o melhor é esperar pelo Sábado, só para não baralhar os conceitos).
Então se estão mesmo a pensar levar isto a sério, como é que se faz em modo profissional?
Fazer uma lista completamente consciente dos artigos que queremos comprar;
Ir à loja online ou App da loja onde queremos fazer as compras e colocar com tempo e calma os artigos no cesto;
Colocar o despertador para as 00:00h de sexta feira;
Verificar o valor a pagar agora com a promoção;
No caso de interessar, finalizar a compra!
Para o caso das promoções realmente valerem a pena, já tenho aqui uns cestos prontos.
Caso tenham conhecimento de lojas online ou Apps que estejam a aderir à promoção coloquem nos comentários, que eu também vou alimentando a informação.
Estive à conversa com as duas Partners da Passio Consulting, num dia de sol, num dos melhores espaços para almoçar no centro da cidade de Lisboa, o Restaurante Vegetariano PSI.
Fotografia Andreia Trindade
O que faz a Passio Consulting?
Ana Paiva: A Passio Consulting ajuda as empresas a atingirem os objetivos estratégicos a que se propõem. É uma consultora de Sistemas de Informação ao serviço do negócio, que trabalha sobretudo na área de Suporte à Decisão.
Identificamos as necessidades, os problemas e tentamos encontrar soluções, para ultrapassar essas problemáticas com que se deparam no dia-a-dia e que as impedem de chegar aos objetivos traçados.
Neste momento estamos a atuar sobre tudo nas áreas de Business Intelligence, Risco e Fraude, temas que estão na ordem do dia. Apoiamos o negócio a levar estes temas. Hoje em dia a relação entre o Negócio e os Sistemas de informação é muito estreita e está completamente interligada. Nós apresentamos uma solução de uma proposta para o negócio e a tecnologia está sempre lá. Não conseguimos apresentar uma proposta de solução sem ter algo de tecnológico lá, para suportar toda a solução.
Como é que estamos de quotas de géneros na Passio?
Paula de Oliveira: Eu diria que agora estão muito equilibradas. Começamos por ser mais mulheres, a empresa no início era constituída por 90% de mulheres, mas agora os homens têm vindo a ganhar uma quota significativa, agora já estamos quase a chegar à igualdade de quotas, mas que começou no sentido inverso ao que é mais normal. Estamos a chegar à igualdade do género mas com uma gestão 100% no feminino.
Fotografia Andreia Trindade
Quais são os grandes desafios para as mulheres na Tecnologia?
Paula de Oliveira: Olha, não temos notado muitas barreiras pelo facto de sermos mulheres, ou diferenças para com os homens, acho que passamos os desafios normais de uma empresa tecnológica nos dias de hoje. Não considero que tivéssemos deixado de fechar algum negócio devido a essa situação.
Mesmo em comparação com as outras organizações pares?
Paula de Oliveira: Mesmo perante os nossos pares nunca deixamos de ter uma relação estreita quer com pares, quer com fornecedores.
Ana Paiva: Hoje em dia já é mais vulgar as mulheres estarem a liderar.
Hoje em dia está na moda e isso é que é diferente…
Ana Paiva: Acho que gerimos mais com emoção, mas isso é uma característica de mulheres.
Fotografia Andreia Trindade
E como é que surgiu agora esta ideia de criar seminários em torno daqueles que são os temas core da Passio?
Ana Paiva: É uma forma de marcarmos uma posição no mercado sobre com a experiência. Em Portugal há temas que ainda não foram tratados, estão a ser desenvolvidos, endereçados, são uma preocupação, mas ainda não existe ou existem muito pouca experiência em projetos executados.
Nós temos o know-how técnico as equipas com as competências, mas não temos a experiência internacional. De maneira que estas relações com as parcerias estratégicas internacionais e com os gurus nos temas nos ajudam a alavancar competência com a participação dessas pessoas com experiência que dão valorização e conhecimento.
Paula de Oliveira: Eu diria que existe aqui uma área, que nós consideramos que é um gap. Em Portugal nós não temos hipótese até agora de trazer alguém e de ouvir alguém com experiência internacional, um guru que nos fale sobre estes temas. Que possa partilhar connosco, com o mercado todas as suas experiências de implementação de projetos em empresas que têm os mesmos problemas que as empresas portuguesas, mas que nos dão uma visão sobre o que o mundo anda a fazer que nós se calhar ainda não temos. Ainda não chegaram cá as melhores práticas, as melhores formas de implementar.
Fotografia Andreia Trindade
Por exemplo sobre este tema do Data Governance, é um tema atual que está a ser endereçado muito pelas organizações devido à importância que tem, nós precisamos de gerir cada vez melhor os nossos dados para conseguir chegar a atingir aquele chavão que todos dizem: “a informação é um asset”. Para que seja, há que saber gerir essa informação. Existem pontos críticos como a qualidade de dados, como a segurança de informação, quais são os dados mandatórios, quais os que não são, o tema dos dados mestre está aqui também muito presente. Quando falamos de cliente, que cliente é e ter o mesmo conceito para toda a organização. Queremos colocar este tema que está na ordem do dia das organizações e que muitas vezes elas têm o desafio de terem de abordar, mas sem saberem por onde começar, o que é que tem de se fazer, quais são as melhores práticas do mercado para fazer isto. E o que nós queremos é precisamente trazer cá alguém que possa partilhar experiências, que já passou por casos de sucesso e de menos sucesso, mas que no final do dia já tem uma bagagem que nos ajuda e todo o conhecimento técnico das melhores práticas.
Paula de Oliveira: O Cristopher Bradley é um consultor estratega desta área de gestão de dados, na gestão de sistemas de informação. Ele é o presidente do DAMA UK e é uma pessoa que tem dedicado toda a sua vida à investigação, formação e implementação de projetos nesta área de Dados. É uma pessoa com alguma idade e por certo cheio de histórias para contar. Dá formação no Data Management Institute, é uma das pessoas que publica os livros de referência nestas áreas e pelos quais todos nos regemos e por isso consideramos que é uma oportunidade a aproveitar. Ele esteve também na base do DMBOK, a Bíblia do Data Manangement.
Qual é a relação entre o Cristopher Bradley e a Passio?
Paula de Oliveira: Nós temos uma parceria com ele e com o DAMA UK. Queremos trazer para Portugal todo o know-how que ele tem, em termos de conhecimento técnico nas áreas de Data Management e Data Governance e experiencia também.
O que nós pretendemos nesta fase inicial é fazer projetos com o Cristopher Bradley em Portugal. Tudo o que tem a ver com definição estratégica do que é um programa de Data Governance nas Organizações a PASSIO estará nestes projetos com ele.
Ana Paiva: É ser parte da nossa equipa. É vir e ser um dos elementos com experiência para a nossa equipa e dentro dos nossos projetos garantir a qualidade e as boas práticas na forma de abordar os projetos.
Paula de Oliveira: Nós fomos abordados para estes temas sobretudo na área financeira e o sentimos é de que as dificuldade sentidas tinham a ver com o terem projetos em curso, mas com a clara noção de que não existe experiência em Portugal na realização destes projetos. Ou seja, nós estamos a desbravar caminho e o que nós sentimos é que, nós em modo stand alone seremos menos fortes do que com uma referência com esta experiência internacional. Queremos aliar a experiência internacional e aportar valor nesta área, para as empresas em Portugal.
Fotografia Andreia Trindade
Porque é que consideram que é um bom investimento este seminário?
Ana Paiva: Alguém que vai a este seminário pode esperar que lhe seja passado conhecimento teórico e prático. As técnicas, as ferramentas, como abordar cada problemática e quais os primeiros passos a dar. Como começar a detalhar e a desenhar a estratégia de Dados na organização.
Paula de Oliveira: Sendo a forma de abordar o tema dos dados na organização um programa, tem de abarcar a gestão da mudança e isso vai ser passado no seminário. Como é que nós endereçamos toda esta questão do Governo de Dados de acordo com as boas práticas, nos vários níveis da organização e percebendo que existe uma mudança a realizar.
A Partilha é um ponto forte do Seminário, foi criado um espaço para isso especificamente, no vai haver uma mesa redonda com debate de ideias, vamos ter dois oradores presentes para partilhar as suas experiências de organizações em Portugal: Alcino Lavrador da Altice Labs e Jaime Quesado da eSPap, que já começaram a dar os primeiros passos no Programa de Data Governance, começando pela Qualidade de Dados e roadmap.
Quais são as vossas Apps de referência:
Ana Paiva: Apps de Homebanking, Cartão de Alimentação, The Fork, Uber, ePark e Google Maps.
A Santa Casa da Misericórdia criou um concurso para receber candidaturas para soluções tecnológicas nas suas áreas de atuação:
Ação Social;
Cultura e Património;
Economia Social;
Saúde.
Podem ser ideias originais ou já existentes.
Caso tenham ideias nestas áreas e queiram testar o conceito, se realmente considerarem que é um projeto útil, prático e inovador, penso que está aqui uma boa oportunidade de tentar.
A quem correr muito bem recebe 2.500,00 €. Este valor é dado aos vencedores de cada uma das quatro categorias.
As três soluções que forem consideradas mais inovadoras vão receber o Web Summit Alpha Package para o Web Summit de 2017 no valor de 1.950,00 € e a possibilidade de mostrarem a sua ideia já mais madura a quem por lá andar.
Existe ainda a possibilidade do desenvolvimento dos projetos-piloto na Santa Casa, "caso seja considerado adequado e circunstâncialmente oportuno".
Podem aceder a toda a informação do concurso aqui. As candidaturas encontram-se abertas até ao dia 23 de Novembro.
Pessoal com boas ideias nestas áreas, o melhor é chegarem-se à frente, vá!
Despertar é difícil, mas existem de facto aquelas pessoas com quem queremos partilhar despertares.
O conceito foi criado em torno desta problemática quando um dos co-fundadores da cuckuu deixou de poder ter ao seu lado as suas filhas ao acordar.
A Cuckuu é uma rede social colaborativa que pretende criar comunidades de amigos que queiram partilhar eventos, momentos e partilhas de acontecimentos que estão a promover, ou que vão participar.
Para entrar na rede basta fazer um registo na aplicação, e escolher os amigos com queira partilhar os seus cuckuus e eventos e seguir as pessoas ou entidades de que faça sentido receber alarmes. Podem ser grupos com o mesmo interesse, os amigos habituais, ou pode seguir os alarmes sociais, como por exemplo da mtv Portugal.
Para quem queira espalhar eventos, nome e marca, também há um potencial para investir nesta nova rede social.
Estive à conversa com a Cuckuu no Web Summit e em breve segue toda a conversa.
Por agora aconselho que descarreguem a App e explorem a sua utilização.
A Knok considera que o seu parceiro mustard seed impact é o certo para em acordo abordarem o mercado como pretendem, aumentando de forma sustentada e ao alcance de todos os cidadãos, melhorar o serviço de cuidados de saúde primária em Portugal.
Fotografia Andreia Trindade
A Knok pretende com este financiamento expandir os seus serviços a mais cidades e desenvolver a solução para Android.
Tendo a Knok definido como objetivo a internacionalização, é com toda a certeza um passo forte nesse sentido.
A toda a equipa o que desejo é, sucesso e que continuem o bom trabalho.
O Web Summit mostrou que o Mundo está mesmo a mudar. Porque com a quantidade de mentes criativas que estão a investir o seu tempo de vida e reinventar tudo o que já está criado e a criar toda uma nova realidade não explorada, faz-me crer que está mesmo tudo a transitar para uma nova era.
Acabaram-se as ilusões, pouco ou nada sabia do tudo o que se está a passar. O Web Summit serviu para isso, para me atualizar e integrar nesta nova dimensão. No que está a ser feito.
Fotografia Andreia Trindade
Tomar consciência que há novas gerações conscientes que o seu tempo de vida é curto demais e que a rede de segurança é escassa! Que é preciso criar, fazer acontecer e capacidade de imaginar em novas áreas, sectores e modelos de negócio e atuar, para que esta vida valha a pena.
Há a malta que faz acontecer desde cedo e como a incerteza é garantida, o melhor é jogar tempo de vida para ver o que vai acontecer.
E a quem tenha vivido uma de responsabilidade e que quer criar um plano B, gerar uma ideia que seja a sua cara, o seu modo de vida, a sua marca na vida.
Vi projetos brilhantes, socialmente integradores, pensados a uma escala global. Mais ou menos desenvolvidos, todos com um sentido de evolução com um enorme potencial.
Fotografia Andreia Trindade
Esta é a geração da flexibilidade, que não se agarra ao que está criado. Tem menos fronteiras, aguenta pouco a autoridade e acelera muita a pensar. Vivem nas suas bolhas, mais ou menos centrados na realidade que lhes convém criar. Mas ultrapassam o medo e empenham-se em criar.
Poucas amarras, pouca rede, muita net e muita criação.
O que eu levo do web summit? Que temos de fazer o que gostamos e não brincar com o tempo que cá andamos.